20 de novembro de 2010

Fantasmas

Que saudades da época em que eu escrevia coisas mais bonitas, ou mais profundas, ou mais críticas. Hoje, olhando pra este lugar, só vejo um punhado de textos cítricos e auto-centrados.

O saudosismo se estende: eu lembro da época que me sentava junto ao Charles e outros amigos para discutir a indústria cultural - logo eu, que trabalho com música hoje. Mas se tem algo que ele me ensinou foi a lidar com contradições.

De fato, o trabalho parece realmente alienante. Analisando meus últimos meses, confesso: o contato cultural se perdeu em prol de uma produtividade que, no meu caso, e possivelmente o de qualquer pessoa minimamente sensível e criativa, foi absolutamente nula. O pensamento fica devagar, e o pensar vai minguando, até que - e nesse ponto me felicito com a minha demissão forçada, porque impediu isso - some.

15 de novembro de 2010

Ela morde - só se você quiser

Me chamam de arrogante, de mal educada; falam que não-sei-quem me come, que dei pra fulano, pra ciclano. Já fui de tudo: prepotente, metida, cuzona, groupie, vadia e filha da puta. Isso que mamãe nada tem a ver com isso. Já fui até omissa, por ficar calada!

E por que isso?

Só porque não tenho saco pra rasgação de seda, quem dirá manter aparências desnecessárias. Não faço sala, não lavo roupa suja e muito menos arrumo cama.

8 de novembro de 2010

Karma police

Ah, deixa eu querer mal vai? Só um pouquinho, só um tequinhozinho de desejo que o sujeito se foda, sem que eu tenha que sofrer uma retaliação absurda.

Não?

Ah, então tá bom. Passou.









[ou não]

2 de novembro de 2010

Revigorada, apenas isso.

Obrigada Rio de Janeiro
Obrigada terror
Obrigada desilusão
Obrigada fragilidade
Obrigada consequência
Obrigada, muito obrigada silêncio.

Novembro

Mal cheguei, já estava atrasada. Cinco da tarde e eu nem fiz nada, nem li, nem escrevi. Meu almoço saiu às três. Terminei de comer às quatro. Seis horas vou sair, e nem tirei as coisas da mala.

Não sei porque, mas me sinto bem assim, de pernas pro ar.