Que saudades da época em que eu escrevia coisas mais bonitas, ou mais profundas, ou mais críticas. Hoje, olhando pra este lugar, só vejo um punhado de textos cítricos e auto-centrados.
O saudosismo se estende: eu lembro da época que me sentava junto ao Charles e outros amigos para discutir a indústria cultural - logo eu, que trabalho com música hoje. Mas se tem algo que ele me ensinou foi a lidar com contradições.
De fato, o trabalho parece realmente alienante. Analisando meus últimos meses, confesso: o contato cultural se perdeu em prol de uma produtividade que, no meu caso, e possivelmente o de qualquer pessoa minimamente sensível e criativa, foi absolutamente nula. O pensamento fica devagar, e o pensar vai minguando, até que - e nesse ponto me felicito com a minha demissão forçada, porque impediu isso - some.