20 de novembro de 2010

Fantasmas

Que saudades da época em que eu escrevia coisas mais bonitas, ou mais profundas, ou mais críticas. Hoje, olhando pra este lugar, só vejo um punhado de textos cítricos e auto-centrados.

O saudosismo se estende: eu lembro da época que me sentava junto ao Charles e outros amigos para discutir a indústria cultural - logo eu, que trabalho com música hoje. Mas se tem algo que ele me ensinou foi a lidar com contradições.

De fato, o trabalho parece realmente alienante. Analisando meus últimos meses, confesso: o contato cultural se perdeu em prol de uma produtividade que, no meu caso, e possivelmente o de qualquer pessoa minimamente sensível e criativa, foi absolutamente nula. O pensamento fica devagar, e o pensar vai minguando, até que - e nesse ponto me felicito com a minha demissão forçada, porque impediu isso - some.