24 de abril de 2011

Vamos brincar?

- Vamos fazer uma brincadeira?

- Que tipo de brincadeira?

Ela pegou as duas mãos dele e pôs para trás. Vamos ver até onde você aguenta com as mãos para trás sem tocar em nada.

- Sem amarrar? - Sem amarrar

Ela passou o dedo nas costas dele e ele sentiu o seu corpo enrijecer inteiro. Ela beijou sua orelha e depois passou a mão pela sua barriga. Quando já não podia mais aguentar, ela tirou a roupa e ficou nua na frente dele. Passou o seio perto do seu rosto e ele tentou tocar meio que por reflexo e ela logo tirou. Ele mordeu os lábios de raiva. Ainda com as mãos para trás, ela continuou provocando. Quando não mais sabia o que fazer, sentou em seu colo. Nessa hora ele ficou maluco e levantou de uma forma tão selvagem que ela achou que fosse quebrar em duas. Ele mordeu forte seu pescoço e passou a mão na sua bunda. Ela ficou ali, sentindo, deliciando, com tudo que ele fazia. A vez dela ia chegar também e ela teria que aguentar.

Se rasgar a pele, é bom. O cheiro vem. Os assuntos vão se multiplicando como se tudo já não tivesse sido dito, como se todas as palavras já não tivessem sido utilizadas. Ele segura sua mão e você sente aquela discussão com o chefe mais cedo indo embora, devagar. Ele passa o dedo pelo seu ombro e o arrepio é grande.

Você não sente falta da conversa, nem das brigas, nem dos beijos. Você sente falta da mão dele na sua bunda.

10 de abril de 2011

Olhar sem olhar

Ele fala comigo sem falar.

Sempre foi assim, desde o começo, nunca entendi porque pensei que seria diferente agora - curte algo ali, diz algo significativo quando o cumprimento, se coloca em algum lugar que eu possa vê-lo sempre. Passa perto o suficiente para que eu sinta seu cheiro sem sentir. Fica perto sem ficar.

Ele me olha sem olhar.



(a gente sempre se amou sem se amar)

Casulo? Couraça.

Acontece tão rápido: eu inspiro.

Eu estou ali e então não estou mais - aquela sensação fria e violeta e violenta que sobe como aço desde meus calcanhares e vem pelas minhas pernas, brinca brevemente em minha virilha, circunda meus seios e se instala graciosamente nos meus ombros, DURA COMO UM DIAMANTE, e meus braços começam lentamente a se fechar e os meus dedos se voltam para as palmas e então eu estou ali, CORPO FECHADO em torno de um coração negronegronegro, mas algo já entrou ali e causou essa reação toda, algo entrou ali e ali está e eis aí que quando eu me torno inviolável essa breve parte vermelha em mim não vai sair (até que eu abra e arranque fora).



Eu expiro - e não sei como é que se (me) encontra de novo.