( insira seu título aqui )

Ela é popular, eles dizem. Ela é legal outros também dizem. Ela não diz nada. Nem entende porque é que falam com ela. Num gole de cerveja ela se despede da sanidade porque é a noite que ela descobre quem é de verdade.
Ela não entende porque gostam dela, é a única que sabe da verdade. Gosta de ficar em casa, quase não sai. Mas quando sai , sai também de seu personagem. Se despe inteira e ainda assim fica cheia de obstáculos. É o medo do que está por vir, é a mágoa de outro alguém que toma para si, é a certeza de que mais um dia não pode ser feliz. Não que não consiga, mas porque ser triste é fascinante. Ela tem mil motivos para ficar bem mas pouquíssimos para não ficar. E ás vezes no meio de tantas coisas boas ela precisa cavar e descobrir um jeito de ficar triste ou de estragar tudo outra vez.


Ela não lida bem com a felicidade, não.

então, bêbada, ela olha para as pessoas e tropeça.

Estou bem.

Tem alguma coisa errada aí mas estou cansada demais pra ir atras disso. Tá mais fácil não me importar com coisa alguma. Eu não aguentava ser ignorada por pessoas do seu tipo. Agora nem sei mais de que tipo você é.
Eu fiz muito tentando te agradar, eu traí a mim mesma.
Hoje eu não me traio por ninguém.
Na lista dos mais importantes, sou eu em primeiro lugar e fim da lista. Ninguém é insubstituível. O que me choca é que agora você percebeu isso e não está feliz por perder uma ovelha do seu rebanho. Eu não suporto gente se humilhando, é feio. A não ser que valha a pena.
E eu não valho.
Então, pode parar.
Eu estou bem.

2008

Eu sentia muita falta daquilo, mas não sabia como agir.

Tudo caiu na minha cabeça e eu não podia pensar.

A culpa não foi minha, disso eu tenho certeza.

Eu perguntei por aí se havia algo errado comigo.

A pressão era tanta, a agonia enorme e a dúvida massacrante.

O arrependimento latejava.

Eu podia ter passado os dias saindo só com umas amigas.

Mas claro que eu preferi mergulhar no passado e tentar recuperar o tempo perdido, tentando mudar tudo que eu errei quando saí correndo.

Dessa vez eu não saí correndo, fiz o possível pra ser agradável, o possível pra ser fatal, falei tudo o que vinha na cabeça sem parecer neurótica e o quanto me arrependia de certas coisas, contei tudo, o fiz rir, o fiz pensar, o fiz se aproximar de um eu que eu nem imaginava que existia.

Eu fui perfeita.

E ele correu.

Pessoas são como roupas.

2010, o ano em que perdi as pessoas mais importantes da minha vida. Motivo? não era recíproco. Ninguém ama de longe. não era amor, só isso. Não da minha parte. Da parte delas.

O amor passa por cima das pequenices para dar lugar a coisas mais importantes. Como uma amizade de anos, por exemplo. Que se reduz a um ou dois beijos trocados num fim de semana tresloucado. Que se reduz a nada. E é como você se sente depois… um vazio imenso.

E quando tá vazio a gente quer mesmo é preencher. E vai adicionando diversos sentimentos só para parecer que tá acontecendo alguma coisa ali. Mas nada acontece. Porque quando tá vazio mesmo, a única coisa que preenche é a solidão.

Aprendi que pessoas são como roupas. A gente usa conforme tem necessidade. Tá frio? põe um casaco. Tá calor, põe uma regata. Quer namorar? Encontre alguém que queira. Quer dar uns pegas? Encontre alguém que esteja disposto a isso. E quando um não quer, nesse caso, os dois brigam.

E a distância é só uma certeza. De que o final seria aquilo mesmo. De que a importância e o ego sobressairam a humildade e o carinho. Não foi fácil ficar sem você. Alguns enjoos e um pouco de vômito me acompanharam no início, mas depois só sobrou a mágoa. E em seguida inveja.

Mágoa por ter desistido tão rápido de mim.

E inveja por ter conseguido.