E se eu lhes disser que me escorreram duas ou três lágrimas ao escutar essa música no show do Dead Fish de ontem?
Vergonhoso.
(DA SÉRIE: CARTAS QUE NUNCA VÃO ALCANÇAR OS DESTINATÁRIOS.)
Eu achava que a gente ia se amar pra sempre, porque tudo começou tão bonito e forte e era como um assalto ao meu coração. E então eu deixei a ilusão do "sempre" [assim como a do "tudo", e a do "nunca", e a do "nada"] preencher aquela pulsação vazia, vazia e saudável, sim, mas tão vazia…
Eu achava também que era tudo [olha ela aí de novo] tão bonito e infalível, ou perfeitamente contornável, mas aí o tempo passa, as coisas acontecem, as pessoas acontecem, as distâncias acontecem… Eu achava que a gente seria infalível por causa da amizade e da cumplicidade e do companheirismo e do amor - sempre o amor - e das horas, acima de tudo, de todas as horas, e da sua infinita bondade, mas então…
Tudo se perverte, tudo é pervertível - isso não é uma ilusão, meu amor, é um neologismo.