16 de janeiro de 2012

A mudança é algo contínuo

Vira e mexe eu perco o sono. Os pensamentos correm soltos.
Geralmente é quando estou feliz, ou planejando algo – quando isso acontece e eu estou triste, eu não chamo de insônia, mas de inferno.
São muitas coisas na cabeça. As mudanças todas que estão acontecendo e que vão acontecer, as expectativas, a cor do meu cabelo, o meu banheiro que precisa ser limpo, a quantidade de backups que eu tenho que fazer no trabalho, a minha cortina úmida porque deixei a janela aberta e choveu, a depilação que precisa necessariamente acontecer no sábado ou estou arruinada, meus bichos de pelúcia, a saudade gostosa dele, a fome que eu estou começando a sentir agora e o chocolate na minha mochila, a sensação de que minha casa continua lotada de coisas, a sensação de que eu tenho que mandar mais coisas velhas embora, músicas que eu não consigo parar de ouvir, desenhos e rabiscos no meu caderno, fotos, referências, cheiros, pessoas que nunca acabaram, pessoas que tinham acabado antes mesmo de começar, amigos, as coisas que preciso mudar em mim, tudo isso gira e volta na minha mente, mas ao mesmo tempo, como uma breve pausa, mas cheia de barulho.
Um barulho bom, no fim de tudo.



Depois que você percebe que a mudança é algo contínuo, e não um objetivo a ser alcançado com começo-meio-fim, você percebe que está, no fundo, tudo bem.
Mesmo que eu não consiga ser quem eu quero ser o tempo todo, a temperatura continua mudando lá fora, o meu cabelo cresce, os metrôs e trens e ônibus enchem e esvaziam, as ruas esburacam e são recapeadas, os unicsulistas entram e se formam, a maria antonia dorme e acorda.




E as horas? Bom… não me resta nada a não ser confiar nelas: foram elas que me trouxeram até aqui.